sexta-feira, 10 de julho de 2009

Apoio por terra para uma aventura de caiaque - 27 de junho

Recebi um convite para uma aventura de caiaque: descer o Rio Caí desde a ponte na Tabaí-Canoas até o GPA, em Porto Alegre. Como a minha única experiência em um caiaque havia sido no café da manhã na ilha do GPA, num caiaque duplo, achei melhor não arriscar, ficando de espectadora e apoio em terra.
Pois assim aconteceu: no sábado frio e bem cedinho, os aventureiros se encontraram no Clube Almirante Barroso, em Porto Alegre, quase ao lado do GPA, para sair em carreata, até a ponte sobre o rio Caí, na estrada Tabaí-Canoas.
Embaixo da ponte, vendo os caiaqueiros se aprontarem, ainda me deu uma vontadezinha de participar mas, era tarde demais para mudar de ideia então, às 8h26, peguei o carro e voltamos, eu e minha vontade para Porto Alegre.
Meu pensamento inicial foi que eu não tinha experiência para tamanha aventura, seriam 35 Km rio abaixo, eu nunca sentei num caiaque sozinha, não sabia se teria equílibrio e resistência. O pessoal ainda tentou me encorajar oferecendo um caiaque duplo ou sugerindo que, caso eu cansasse, poderia ser rebocada, mas a ideia de atrasar o grupo ou dar trabalho duplo para alguém, não me agradava. Mas voltando para Porto Alegre fiquei matutando se eu não teria sido fraca ou medrosa afinal, quem não se arrisca, não petisca. Teria eu, perdido uma oportunidade?

Saída no Almirante Barroso. Foto: Leonardo Esch

Últimos preparativos embaixo da ponte.


Fui para casa e retornei para o clube no horário previsto para a chegada: 13h55. Fui para o GPA, que estava lotado de gente pois recém havia terminado uma regata. O pessoal da regata foi embora e eu fiquei lá, animada, apesar do frio, praticamente sozinha, esperando pelos entrépidos aventureiros. Preparei o chimarrão e tomei um que outro, devagarito, para não secar a térmica. Ainda não tinha almoçado e me deu vontade de comer um bom prato de massa com molho de tomate quando vi, no meio do monte de lixo que fica boiando no pobre rio/lago, uma embalagem de massas Coroa.
De repente, ouço uma "buzina", olho em direção a ponte e vejo que ela está levantada para passar um navio enorme, puxado por um rebocador. Adorei acompanhar o sobe e desce da ponte enquanto aquele monte de carros ficam parados também aguardando mas nem todos admirando, como eu. . .






Uma coisa que aprendi no meu primeiro passeio de caiaque e adorei ver, foi o efeito das águas quando passa uma embarcação. Antes da embarcação chegar, a água recua, como num tsunami, e depois que passa, vêm as ondas. Esse foi um dos motivos que me fez não participar da aventura, pois não sei se saberia como agir neste momento, sozinha num caiaque.
A marolinha que o navio levantou.


A ponte baixando.

Com a marola veio mais lixo. É impressionante a quantidade de coisas boiando nas águas do Guaíba. Como será que aquilo tudo vai parar lá? Teria sido o vento que teve força suficiente para jogar uma sacola cheia de lixo que estava boiando? E as sandálias e garrafas pets? Também foi ação do vento?

Passou a marola, ficou a sujeira.
Pelo menos, eu ia me distraindo vendo tudo que passava pelas águas. Passou navio, passou embalagem de massas, sandálias, pedaços de pau. E pelo céu passavam aviões, muitos aviões, o tempo todo. Só não passava o frio e os meus aventureiros. Eu tava começando a encarangar, o tempo fechou de um jeito que achei que vinha chuva. Fui para dentro do carro, mateei um pouco e tentei ler mas uma garça me distraiu e me fez descer do carro. Fiquei observando ela um tempo quando vi alguns pontinhos vindo lááá longe. Ufa! Finalmente! Eram eles!


Sim, eram eles mas o clube não era aquele! Muito atenta que sou, fui para o GPA e tinha esquecido que saída e chegada seriam no Barroso. Só percebi isso quando os primeiros caiaqueiros chegaram. Peguei o carro e fui para o Barroso, que é quase ao lado. Mas não chegaram todos juntos e continuei a esperar, desta vez, no lugar certo, no Barroso. Mudou o clube mas as águas são as mesmas. O lixo também muda. Agora, passou um peixinho morto boiando - tadinho! Deve ter morrido de tristeza...
Como tinha tempo de sobra, o pensamento voou longe... e com a chegada dos primeiros caiaqueiros, meu pequeno remorso por não ter participado da aventura também voou para longe, pois percebi que fiz a coisa certa não me atrevendo nesta descida.
O desfecho da aventura estava previsto para às 13h55 e isso só aconteceu as quatro da tarde! Imaginem se eu tivesse ido...
Passa peixe morto...
Passa rebocador voltando...
Passa avião...
André e Gustavo chegando.
Leonardo chegando.



Aventura concluída. Parabéns aos intrépidos aventureiros!



3 comentários:

  1. Oi!
    Na próxima tenho certeza que tu estarás junto!!!
    Muito obrigado pelo apoio e pela paciência!

    Leonardo

    ResponderExcluir
  2. Oi Tiane, entendi perfeitamente o seu receio de se aventurar rio abaixo de caiaque. Por causa de um simples passeio de bicicleta eu me senti insegura, imagina não sendo em terra firme? Adorei a coincidência de você chegar ao meu blog através da sua procura no google. E fiquei feliz pelo seu comentário e pela sua visita. Tudo isso é muito legal, porque me trouxe aqui para conhecer o seu. Um beijo. Te visitarei sempre!!!
    Angela

    ResponderExcluir
  3. Obrigada Angela! Também ficarei te seguindo de agora em diante. Não sabia que tinha um morro no Rio de Janeiro chamado Dois Irmãos. Minha pedalada para a cidade gaúcha Dois Irmãos, não rolou neste domingo, mas qualquer dia desses eu vou e faço uma postagem para conheceres um pouco. Bjinho!

    ResponderExcluir